«já ninguém morre de amor, eu uma vezandei lá perto, estive mesmo quase,era um tempo de humores bem sacudidos, depressões sincopadas, bem graves, minha querida.mas afinal não morri, como se vê, ah nãopassava o tempo a ouvir deus e música de jazz,emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,ah, sim, pela noite dentro, minha querida.a gente sopra e não atina, há um apertono coração, uma tensão no clarinetee tão desgraçado o que senti, mas realmente,mas realmente eu nunca tive jeito, ah não,eu nunca tive queda para kamikaze,é tudo uma questão de swing, de swing minha querida,saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber, e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim. »
Vasco Graça Moura in «Sonetos Familiares», Quetzal, Lisboa, 1999
é tudo uma questão de vocação
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