domingo, 24 de fevereiro de 2008


Hoje vi abertas inscrições para uma workshop muito especial.
“Como ser cabrão: aulas práticas e teóricas”. Sim, porque há que saber ser cabrão e não são, afinal, todos os homens que o conseguem.

Há um ponto que é preciso esclarecer logo à partida. Um cabrão e um libertino são coisas diferentes.

Um libertino é o que pratica o culto do corpo, do prazer, do sexo.

Um libertino não come por comer, alimenta-se. E sempre com o conhecimento prévio do alimento em si.


Um libertino diz: “Queres foder?” se for um libertino harcore; ou dirá “tenho uma vida para ti na palma da minha mão” se for um libertino literário. Um libertino não tem estratégia deliberada.

Um libertino pode até entregar-se a uma mulher e também a um homem. O corpo interessa, o género pode não interessar.

Não há que lhes levar a mal. Um cabrão, nunca. Um cabrão é muito macho. Ainda não está devidamente organizado o programa mas ficam alguns pontos que me parecem essenciais.

Como ser cabrão: A abordagem.Um cabrão pode parecer cabrão de aspecto mas nunca na atitude. Um cabrão nunca diz que é um grande cabrão. Ele faz-te sentir especial, única. Vais sentir que estás a dominar a situação e que vais quebrar o role de engates que ele tem no currículo.

Um cabrão, na primeira fase da abordagem, não te ignora nem te faz sentir mais uma. Desde mandar flores, enviar-te lingerie para o emprego exactamente do teu número se for um cabrão mais requintado, fazer-te surpresas (como levar-te a um hospital e dizer nas Urgências que não estás bem porque não vês que ele é o amor da tua vida, e isso é grave e uma Urgência), escrever-te cartas de amor irresistíveis ou mandar sms consecutivamente se for um cabrão dos modernos ( sms do tipo: “Não me sais da cabeça. E agora?).



Como ser cabrão: Marcar o encontro.


Um cabrão como deve ser não aceita um Não.

Ele vai insistir sempre até tu cederes.

Um cabrão não fica à espera que faças alguma coisa. Ele é proactivo. E não gosta de jantares sem sobremesa.

Não tem paciência para a conversinha, o cinemazinho, os passeios no parque.

Jantar, só uma vez e depois a coisa fica resumida a sexo.


Não muitas vezes porque já está outra em fila de espera e não há que fazê-la esperar muito. Como ser cabrão: o desfecho.Há sempre um desfecho com o cabrão e ele quase sofre com isso. E aqui é que se vê se é um cabrão-aprendiz ou um cabrão-mestre.

Um cabrão aprendiz desaparece, ou diz-te que está com problemas ou o célebre “não és tu, sou eu”.


Um cabrão-mestre faz-se sentir mal por ter de partir.

Exemplo de diálogo:

Cabrão: Não me ligas nenhumaVítima: Eu??? Tu é que não dizes nada há três dias

Cabrão: Se calhar devias perguntar-te porquê. Mas tu é que sabes. Tu é que escolheste assim.


Cá está. E só depois desaparece. Isto é um cabrão como deve ser. Se a vítima for pouco experiente ou então só pouco inteligente fica em desespero. COMO É QUE FOI ELA A ESTRAGAR TUDO??!!

Se for uma vítima inteligente, percebe o esquema, pode até bater palmas e pensa baixinho: “Ah cabrãooooo” e sorri. Há que lhes dar valor.

2 comentários:

Papoila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Papoila disse...

Já participei na edição anterior do workshop direccionado para as vitimas. Uma grande lição de vida e quando achamos que não há pior... eles surpreendem-nos sempre!!